É uma guerra, não pode vacilar
Não pode nem pensar, se autossabotar
Coragem, guerreiro e guerreira
Malandro, não marca bobeira na pista
No filme da vida bandida o sistema atua como roteirista
Nessa que você pisca e já vira isca
Liberdade é família, o tesouro que você arrisca
E tem problemas demais
E tem momento sem paz
Onde as lágrimas caem
Se sente incapaz
A fúria com que o mundo trata os fracos não ameniza
E o que te deu a brisa depois te inferniza
Com dívidas a pagar, sem saber se encontrar
Na cocaína da ruim, ou lá na porta do bar
Por todo arrependimento, pelo sofrimento, você tá ligado
Tá foda vencer careta, pior tá vencer drogado
Eu não condeno o que homem faz para ganhar o seu dinheiro
Calo aperta, sombra da fome persegue o tempo inteiro
Estamos competindo para ver quem é pior
Quem é mais frio, mas tudo isso acaba em pó
Podemos colorir a vida com sonhos e atitudes
Podemos mais, fazer com que isso mude
Então, estude, a selva é rude
Se a gente não escuta ninguém também não há quem nos escute
Então, escute! Não deixa no mute!
Ideia reta, então que se desfrute
Dá pra contar nos dedos
Quem é, quem é, quem é, quem é
Que pensa que o futuro vai dar pé
Também além dos muros dessa fé
Dá pra contar nos dedos
Quem é, quem é, quem é, quem é
Que pensa que o futuro vai dar pé
Também além dos muros dessa fé
Acorda o rival tá na frente do Palácio do governo
Apoiando a farda que aniquila jovem, pobre e preto
É tão psicopata que na reconstituição
Bate palmas para corporação que põe Ítalos no caixão
A legião de Bolsonaro vomita ódio racial
Na TV, na Câmara, na rede social
Tão atirando com arma de chumbinho nesse momento
Nos imigrantes do Haiti abrigados no centro
O foco não pode ser Spring, Blade, carro tunado
E sim um país que não jogue algemados de telhados
Não esqueça os massacrados na pavilhão 9
Os 100 tiros no Costa Barros que mataram 5 jovens
Quero justiça pelos 19 em Osasco, na chacina
Por Cabula, Mogi, Campinas, Guarulhos, Londrina
Chega de assassino preso pra secretário dar resposta
E solto um mês depois por falta de provas
No máximo pena cenográfica, se o júri não absorver
E vários recursos em liberdade, até o crime prescrever
Põe a camisa da Seleção capitalista esnobe
Quando vararem a blindagem da sua Evoque
Pede a volta da ditadura que sumia com guerrilheiro
Quando tiverem levantando seus bens no cativeiro
Faço atentando, mas não sou lobo solitário
Minha ideologia é a mesma de milhões de irmãos de calvário
Aí, Abin, não ataco de drone com explosivo
Uma Bic, um caderno, é meu kit terrorismo
Cada excluído que aproximo de um livro
É como se decepasse um tirano e gravasse em vídeo
Favelado, não se sabote para não ser outro no DP
Rezando pra uma vítima não te reconhecer
Pra sua família não ser humilhada por um filho da puta
Que limpa o cu com seu processo na Defensoria Pública
Dá pra contar nos dedos
Quem é, quem é, quem é, quem é
Que pensa que o futuro vai dar pé
Também além dos muros dessa fé
Dá pra contar nos dedos
Quem é, quem é, quem é, quem é
Que pensa que o futuro vai dar pé
Também além dos muros dessa fé